sábado, 11 de dezembro de 2010

Informação e fiscalização são armas contra gripe suína

São várias recomendações, principalmente, para quem vai viajar. Mas, a principal preocupação do governo neste momento, e não apenas com quem pretende viajar, é deixar claro que não ha motivo para pânico.

A equipe de vigilância epidemiológica de Salvador acaba de confirmar mais um caso suspeito de gripe suína no Brasil. Seria o 12º caso. Um homem foi internado, ontem à noite, no Hospital Otávio Mangabeira, referência no tratamento de tuberculose na Bahia.

O paciente tem 40 anos e desembarcou domingo no aeroporto de Salvador, em um vôo vindo de Miami. Segundo os médicos, ele apresenta sintomas da doença, como tosse e febre alta.

Um remédio que inibe a multiplicação de vírus da gripe sumiu das farmácias. Procuramos em dez drogarias.

“Não, não tem, está em falta”, diz a balconista.

“Infelizmente loja nenhuma está tendo”, confirma o gerente de farmácia.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta: “Não tem porque correr às farmácias para tentar adquirir um medicamento. A automedicação é altamente prejudicial”, aponta o diretor de portos e aeroportos da Anvisa José Agenor Álvares da Silva.

Basta um espirro e já tem gente que suspeita do pior.

“O cidadão que não viajou, que não teve contato com ninguém proveniente dessas áreas, não tem que se preocupar agora”, garante o professor de doenças infecciosas da UNB Cristiano Barros de Mello


De acordo com o ministério da Saúde, no Brasil, não há evidência da presença do vírus até agora. Passageiros que vieram de áreas de risco com sintomas da doença estão sendo monitorados. São casos como o de um homem que esteve em Nova York e um casal que voltou de lua-de-mel em Cancun.

“Eles estão em bom estado de saúde. Estão sendo realizados os exames, já foi feita a coleta de material para confirmar o tipo de gripe que eles estão tendo”, comenta o subsecretário de vigilância em saúde (BH) Luiz Felipe Caram.

Pelo último balanço do ministério da Saúde, ao todo 12 pessoas estão em observação. Três estão em Minas Gerais, duas no Rio de Janeiro, duas no Amazonas, duas no Rio Grande do Norte, uma em São Paulo, uma no Pará e uma na Bahia. Panfletos estão sendo distribuídos em aeroportos explicando o que é a gripe suína e avisos sonoros também alertam os passageiros.

Assustados, Mariana e Otávio já pensam em desistir de ir à Nova York. Se o casal mantiver os planos, terá que tomar alguns cuidados: para qualquer área de risco, o governo recomenda o uso de máscara cirúrgica, lavar as mãos o tempo todo e evitar ambientes fechados.

“Vamos esperar até o início de maio para ver se está controlado ou não. Se a epidemia continuar, vamos desistir da viagem”, avisa a advogada Mariana Tognolo.

Os passageiros com sintomas serão encaminhados a um dos 49 hospitais preparados para atendê-los e serão monitorados por 10 dias.

O ministério da Saúde liberou um número do Disque-Saúde para tirar dúvidas da população sobre a gripe suína: 0800 611997.

Anvisa fiscaliza aeroportos brasileiros

O governo brasileiro prometeu intensificar a fiscalização nos aeroportos. Todos os voos que chegam do México e dos Estados Unidos devem ser monitorados. A Infraero afirma que implantou planos de contigência em dez aeroportos do Brasil. Em Guarulhos, nossa equipe acompanhou a chegada de voos dos Estados Unidos. Os passageiros não usavam máscaras e não havia presença ostensiva dos agentes de vigilância. Cristiano Gregis, assessor da Gerência de Portos e Aeroportos da Anvisa, explica como o trabalho está sendo feito.

Bom Dia Brasil – O que é feito com as aeronaves que chegam de lugares de risco?

Cristiano Gregis –
A Anvisa tem reforçado as ações de vigilância de casos suspeitos a bordo de aeronave. A equipe se dirige a aeronaves que chegam de áreas afetadas e questiona os comissários de bordo sobre o trajeto, se alguém apresentou sintomas durante a viagem.

Para quem vai viajar, qual é a orientação?

Além dos informes sonoros [nos aeroportos], já foram produzidos materiais que serão distribuídos durante o dia pelas empresas aéreas no momento do check in. A Anvisa também conta com centro para atendimento de viajantes no aeroporto. Quem tiver dúvidas pode se dirigir até lá para esclarecimentos. É importante que as pessoas sigam as recomendações. Não há razão para pânico.

Se um caso suspeito aparecer em um posto de vigilância, qual será a atuação?

Já foi estabelecido um plano específico para influenza no aeroporto de Guarulhos, como nos outros internacionais. O plano prevê que ao se identificar um caso suspeito, a pessoa será removida para o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

Como é feita a remoção?

O viajante recebe uma máscara cirúrgica e vai em uma ambulância adequada até o serviço de saúde.

A internauta Rita Simões pergunta: Estão todos preocupados com embarque e desembarque de passageiros nos aeroportos. Os portos também são monitorados?

Sim. Também nos portos há planos para contigência da influenza. Os doentes a bordo de embarcações também são monitorados e é realizada vigilância e encaminhamento para serviço de referência.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as pessoas só viajem para o México se for absolutamente necessário.

Fonte: G1

Marivaldo Lima

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